01/02/2011

A mulher na Revolução do Imam Al-Hussein - CEALI SHIA




Antes de ir à luta contra o inimigo que os sitiava, o Imam Al-Hussein, deixou os de sua casa e sua prole a cargo de seu filho o Imam
Ali Ibn Al-Hussein e de sua irmã mais velha Zeinab Ibn Ali Ibn Abu Táleb (a paz estej
a com eles).

Quando o Imam Ali Ibn Al-Hussein(A paz esteja co
m ele) foi acometido de uma grave doença, impossibilitando-o de se levantar de seu leito, sua tia Zeinab, esta grandiosa senhora, reconhecida pela sua íntegra moral e fervorosa fé, e pela eloqüência da palavra e que teve seu papel importantíss
ima na defesa do Imam Ali Ibn Al-Hussein e os c
uidados para com a sua família, bem como, foi magnificente a sua divulgação dos ideais da revolução de seu irmão Imam Al-Hussein e as estratégias vis dos Omíadas e seus subterfúgios utilizados para obliquar os princípios do Islam, e isto, quando de suas oratórias expressivas na cidade de Al-Cufá diante do ambicioso e ganancioso Obaid'Allah Ibn Ziád, e na cidade de Damasco diante do cruel e déspota Yazid Ibn Moáuiya, retratando o próprio papel da mensagem, que toda mulher muçul
mana deve fazer na sociedade em que vive:

__Depois do hediondo massacre no campo da batalha, em Karbalá, Zeinab Bent Ali Ibn Abu Táleb, começou a andar entre os corpos dos mártires com paciência, dignidade e resignação, até chegar ao corpo do Imam Al-Hussein(A paz esteja com ele), seu irmão já decapitado e com os múscul
os dilacerados pelas patas dos cavalos. Com infinita tristeza, colocou suas generosas mãos debaixo do corpo imaculado de
seu dileto irmão e levantou a própria cabeça aos céus clamando com a voz cortante pela profunda mágoa: "Senhor! Aceite esta hóstia para a Vossa Face generosa, se isto for de Vosso agrado Senhor!"

__ Zeinab Bent Ali Ibn Táleb teve posição corajosamente confirmada na cidade de Al-Cufá, quando enfrentou com altivez e dignidade o Governador do Iraque, Obaid' Allah Ibn Ziád, e em Damasco o Governante Yazid Ibn Moáuiya, dialogando com ambos, sempre com dinamismo, sempre usando o se
u hijab sem nunca perder a compostura que Deus retratou sobre ela, principalmente quando o vil Obaid'Allah Ibn Ziád a questionou cínica e sarcasticamente: __ O que me dizes do feito de Deus sobre o teu irmão e o infortúnio que recaiu sobre a cabeça dos teus? Altiva e firme ela lhe respondeu: __ Só vejo coisas lindas do que ocorreu aquele pessoal, que lhes foi prescrito por Deus para serem mártires, pois eles se revelaram e confirma
ram suas raízes! Ó filho de Morgana, virá o dia em que Deus nos reunirá com eles e vós pedirá prestação de contas, e então sentirás na própria alma qual de vós ficará paralisado e despojado da ternura da própria mãe... Ó filho de Morgana
! [ pronunciando o nome de sua mãe com desprezo, pois o pai dele Ziád, era filho de uma serva dos idolatras de Taéf (cidade de veraneio do Hidjáz) e esta serva se chamava Somaya e, quando, Ziád cresceu Moáuiya o declarou ser seu irmão, nomeando-o depois governador do Iraque, casando-o depois com uma escrava adoradora do Sol chamada Morgana e que dele co
ncebeu um filho que se chamou Obaid'Allah].

Entretanto, quando se defrontou com Yazid Ibn Moáuiya, em Damasco, e diante de todos Zeinab se revelou com maior energia e vigor, surpreendendo-o, pois o tirano usurpa-dor do Poder imaginava deparar-se frente a frente com uma mulher frágil, totalmente arrasada por Ter sido despojada de seus três filhos e dos entes queridos, todos barbaramente massacrados e assassinados no campo de batalha de Karbalá; Zeinab Bent Ali (A paz este
ja com ela) se rev
elou pela coragem e pela justiça, tal como foi seu pai, o Príncipe dos Crentes e em seu longo discurso, lançou-lhe todo o seu desprezo, diminuindo-o e ameaçando-o dizendo: "... e por Deus, ó Yazid! Tu na verdade cortaste a tua própria pele e feriste a tua própria carne e terá que
responder ao
Mensageiro de Deus com coerência de tudo que praticaste ao derramar o sangue de sua descendência e profanaste as mulheres de sua Casa e de sua prole, que é sangue de seu sangue e carne de sua carne e, na certeza, Deus os reunirá e lhes fará justiça... e eu te conjuro de que, apesar de passar de mim o destino, eis que me encontro diante de ti, para que eu possa te minimizar na condição de tua categoria posicional e proclamar diante do mundo a tua infâmia e aumentar a tua desmoralização, porém, naturalmente, com olh
os mergulhados na tristeza e o peito vazio, por pretenderes tomar-nos por ovelhas. É deveras de se surpreender ao preterires e dizimares o Partido de Deus, favorecendo o ímpio Partido de Satanás! E estas tuas mãos, estão pingando do noss
o sangue e as bocas devoram de nossa car
ne por tomar-nos por ovelhas, e isto, pode crer, vos
custará pesado tributo, quando somente encontrarás aquilo que tuas mãos ofereceram e vagarás em densas trevas, e, por mais que te empenhas em tua astúcia e se impugnares com todo o teu poder, jamais conseguirás apagar a nossa memória e os atos vergonhosos que praticaste co
ntra nós. Pensas que conseguira escapará do julgamento do Convocador no dia da tua morte? Sim! Ele te convocará. Saibas, ó criatura vil, de que a maldição recai sobre os tiranos e opressores".

Tanto Zeinab quanto Omm Colçum, ambas filhas
do Imam Ali Ibn Abi Táleb e de Fátima "Azzahra" (a paz esteja com elas) se empenharam em propagar e desmascarar o crime hediondo praticado pelos Omíadas contra o neto do Mensageiro de Deus fazendo com que o povo lamentasse e chorasse a perda tão preciosa. Inclusive o Imam Ali Ibn Al-Hussein (a paz esteja com ele) teve seu papel importante nesta justa divulgaç
ão e que a relataremos ao referirmos a su
a vida.
Em homenagem póstuma à memória do Imam Al-Hussein e sua revolução culminada no dia 10 de Muharram doa no 61 da Hijra (683 d.C), os muçulmanos e particularmente os xiitas, comemoram todo ano este dia tão funesto, para que não seja esquecido o levante que custou a próprio sangue do Imam Al-Hussein a fim de que seja preservado na memória dos crentes os princípios do Islam e as lições de coragem, do sacrifício e da renúncia em prol da justiça e consolidação dos ensinamentos de Deus e seu magnificente preceito.